terça-feira, 3 de junho de 2008

«Boa fé dos pais»

Vítor Manuel Anciães, administrador da Editorial Além-Mar, esteve no Togo entre 1990 e 2000. Para este missionário comboniano, «até 1997, não era claro nem muito mencionado o tráfico de crianças. Só com a realização da Conferência Nacional Soberana e a cobertura dos jornais locais independentes se começou a falar do fenómeno. O Governo passou então a ser pressionado pela Igreja e as ONG, na certeza de que o tráfico era muito mais alargado». Vítor Anciães enquadra o tráfico num quadro mais geral de «isolamento e pobreza das populações, para as quais as crianças ainda são uma riqueza.» A razão porque as confiam a estranhos tem a ver com «a atracção das cidades» e «a boa fé dos pais», que acreditam que estão a assegurar um futuro melhor aos seus filhos e familiares», explica. Porém, há quem o faça apenas por dinheiro.

Sem comentários: