terça-feira, 3 de junho de 2008

Regresso ao passado


A escravatura em África foi marcada, no passado, pela vontade contraditória dos colonizadores em abolir o comércio de escravos e pelo receio da sua abolição minar a ordem social. Hoje, os Estados africanos tornados independentes julgam-se, com frequência, isentos de responsabilidades por terem sido vítimas do tráfico transatlântico na época colonial.
As Nações Unidas estabeleceram o Dia Internacional para a Abolição da Escravatura, a 2 de Dezembro, para recordar que a escravatura não é um problema (ultra)passado. É o próprio secretário-geral da ONU a reconhecer que, hoje, «crianças são compradas e vendidas como bens móveis, forçadas a trabalhos em regime de servidão, mantidas como escravos para fins rituais ou religiosos ou traficadas de uns países para outros, por vezes para serem vendidas e obrigadas a dedicar-se à prostituição».
Kofi Annan regista ainda a importância da nomeação de um relator especial pela Comissão das Nações Unidas para os Direitos Humanos, em especial de mulheres e crianças, incentivando os Estados a contribuir para um fundo de luta contra as formas contemporâneas de escravatura. Em 2003, este fundo necessitou de 300 mil dólares para cumprir o seu mandato, mas só lhe foi assegurado metade dessa quantia.

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